quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Filosofia para pobre é luxo?

Provocou um interessante debate a decisão da Secretaria da Educação de São Paulo de diminuir a carga horária de português e matemática a favor das matérias de sociologia, filosofia e artes. Por causa da repercussão, o governo voltou atrás. Filosofia para pobre é luxo?
Argumenta-se (e com razão) que português e matemática são fundamentais para se construir o conhecimento escolar. E os alunos, como se sabe, vão muito mal, especialmente na rede pública. Seria como servir caviar numa casa que não tem feijão.
Mas se filosofia, artes e sociologia fossem bem dadas (o que é uma hipótese, claro), elas ajudariam a aproximar o ensino do cotidiano dos alunos, fazendo da escola uma experiência mais interessante --e útil. Com um pouco de criatividade, aquelas matérias poderiam ser mescladas com as demais aulas tradicionais como geografia ou português.
Uma escola decente em qualquer parte do mundo é aquela que oferece ao aluno uma diversidade de experiências e aprendizagens que aumentem sua autonomia para viver o mundo. Aí se encaixam as artes, filosofia e sociologia. Não é luxo, é obrigação para a formação de cidadãos mais críticos. Pode compensar a falta de repertório das famílias mais pobres.
Dar português e matemática, como uma aglomerado de fórmulas e regras, é, como sabemos, improdutivo, tamanho seu descolamento do cotidiano. Aumentar a carga necessariamente funciona? Desse jeito, duvido. É apenas mais chatice.
O problema vai além do currículo. O problema é que, além do preparo do professor, a escola decente tem de ser em período integral, com mais tempo para projetos, digamos, alternativos. E não apenas dentro da escola, mas incorporando a cidade com espaço educativo.
Fora disso, quase tudo é obsoleto.

Fonte: UOL Notícias

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Educar é dar limites

Está provocando debates nos Estados Unidos o livro escrito pela professora de Direito da Universidade de Yale, Amy Chua, de origem asiática, que relata sem subterfúgios os métodos disciplinares rigorosos e extremados por ela utilizados na educação de suas duas filhas. O volume de memórias intitulado Battle Hymn of the Tiger Mother (Hino de Batalha da Mãe Tigre) ainda não foi lançado no Brasil, mas alguns conteúdos antecipados pelo caderno Donna do último domingo merecem reflexão por parte das famílias brasileiras. Aqui, como nos Estados Unidos e na maioria das sociedades ocidentais, a educação dos filhos tornou-se um verdadeiro dilema para pais e mães _ invariavelmente hesitantes entre os extremos da repressão castradora e da permissividade total. Evidentemente, o assunto é mais complexo, mas não é raro que a insegurança de alguns pais propicie espaço para a existência de jovens individualistas, arrogantes e desajustados. Basta consultar professores de qualquer nível de ensino no país para que se tenha uma ideia da dimensão do problema.

É nas escolas que os acertos e erros da educação familiar mais se evidenciam, pois as crianças e adolescentes passam a conviver com desconhecidos e a se submeter a regras coletivas. Amy Chua exigiu das filhas aplicação total aos estudos, notas 10 como as únicas aceitáveis e nenhuma margem para festas e visitas às amigas. Fez mais: obrigou-as, ainda meninas, a aprender a tocar um instrumento musical de certa complexidade (piano ou violino). Num dos episódios relatados no livro, a filha caçula, então com sete anos, não conseguia tocar uma peça ao piano, depois de ter ensaiado com a mãe por uma semana, e quis desistir. A mãe acusou-a de preguiçosa, ameaçou deixá-la sem almoço e sem festa de aniversário e inclusive de doar suas bonecas favoritas, até que a menina executou a tarefa. O que para muitos parece uma tortura, para a mãe foi apenas uma forma de mostrar que esforço e persistência dão resultado.

Muitos leitores do livro estão protestando, horrorizados com os métodos empregados pela mãe para impor disciplina às filhas. Outros, porém, elogiam sua determinação e dizem que gostariam de ter tido pais assim. As meninas, atualmente com 18 e 15 anos, são bem-sucedidas nos estudos e defendem os procedimentos da mãe. Especialistas, porém, acham que a cobrança demasiada não ajuda na boa educação, mas reconhecem que a imposição de limites é essencial.

O grande mérito do livro da mãe-tigre é colocar em pauta um tema que pais e educadores nem sempre enfrentam com coragem e seriedade. Quanto a seguir sua orientação, ou contrariá-la, cabe a cada família, pois a educação das crianças é direito e dever dos pais. Porém, não pode haver dúvida de que o propósito a ser alcançado é a felicidade dos jovens. E o melhor caminho para se atingir este objetivo pode ser resumido em dois princípios que não são contraditórios: amar de verdade e fixar limites. É responsabilidade intransferível dos pais a fixação de limites para o comportamento dos filhos, mas também esta ação tem os seus próprios limites. Educação não é repressão, mas também não é permissão para tudo. O ponto de equilíbrio é que tem o poder de transformar crianças em adultos felizes e solidários.


Fonte: Blog do Editor

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Embaixada dos EUA faz mutirão para dar visto a bolsistas

Os primeiros 630 universitários selecionados pelo programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal, embarcarão para os Estados Unidos em janeiro. O programa pretende formar mão de obra com elevado grau de qualificação nas áreas tecnológicas do setor industrial.


A Embaixada dos Estados Unidos, parceira do governo brasileiro no programa de bolsas no exterior, fará até sexta-feira (23) um mutirão de entrevistas para emissão de vistos, para que todos os jovens embarquem sem problemas.

"Essa é uma parceria de iguais. É uma excelente oportunidade para aprofundar a relação entre os dois países, para trabalhar de maneira conjunta. O Brasil tem todo o potencial para crescer ainda mais economicamente e essa parceria com o Ciência sem Fronteiras vai acelerar esse processo", disse o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon.

Após a liberação do visto, alguns estudantes foram saudados pelo pessoal da embaixada com um típico churrasco americano, com hambúrguer e batata-frita. Ao todo, 104 universidades norte-americanas em 47 Estados servirão de base para os universitários brasileiros.
Os estudantes que embarcarão em janeiro fazem parte da primeira turma de bolsistas que vão estudar nas universidades norte-americanas, em 2012, de um total de 1.500 beneficiários. 


Mais 3.000 bolsistas devem ser selecionados no próximo ano. Os escolhidos vão fazer cursos na modalidade sanduíche, em que apenas um ano da graduação é cursado no exterior.
Segundo o presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Jorge Almeida Guimarães, a prioridade do governo é a especialização nas áreas de tecnologia. "O ex-presidente Lula priorizou a expansão de escolas base, técnicas e de ensino superior. A presidenta Dilma focou na área tecnológica para reforçar o setor industrial e teve a percepção da importância de nossos jovens atuarem de forma mais efetiva no exterior para se especializarem", disse.


O presidente da Capes ressaltou que a parceria com os americanos foi possível devido ao alto nível de conhecimento do estudantes. "Temos um processo muito seletivo para escolher os melhores alunos. Os Estados Unidos abraçaram essa causa porque os nossos jovens que vão para lá estudar são garantia de sucesso. Podemos ter futuros prêmios Nobel nessas turmas".


O projeto prioriza estudantes de engenharia, física, química, computação, biotecnologia, energias renováveis e outros setores que demandam mão de obra altamente qualificada. Também pretende atrair especialistas estrangeiros para morar no Brasil.

No Ciência sem Fronteiras, lançado em julho, 75% das vagas oferecidas serão financiadas pelo governo, o restante deve ser custeado pela iniciativa privada. O investimento do governo federal será R$ 3,1 bilhões. O programa promete viabilizar 100 mil bolsas de estudo até 2015.

Fonte: UOL Notícias

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Dilema da Educação

O Brasil ficou diante de um falso dilema com a divulgação de estudos recentes sobre a situação da educação. A partir de uma conclusão do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), de que o país precisa de mais dinheiro para melhorar o ensino público, ampliou-se o debate entre os que apoiam o apelo por mais verbas e os que entendem que a prioridade é a melhoria da gestão, com racionalização na utilização dos recursos, da formação dos professores e da atualização de currículos e da assimilação pelas escolas dos avanços da tecnologia. Os dois lados estão certos quando, ao discordarem no detalhe, convergem para a grande prioridade nacional: chegou o momento de investir com determinação na qualificação do ensino básico, desde a pré-escola, para recuperar o tempo perdido em décadas de omissão.
Pelos estudos do Ipea, o Brasil deveria aumentar os investimentos em educação de 5% para 7% do PIB. A dotação ideal provoca discussões intermináveis. Argumenta-se, por exemplo, que países desenvolvidos aplicam menos e conseguem melhores resultados. Contrapõe-se a esse raciocínio o de que nações ricas consolidaram suas estruturas de ensino, enquanto a educação pública brasileira ainda é precária. O debate avança então na direção das causas, para além da carência de verbas, e os diagnósticos e as soluções não têm como se desviar do fortalecimento do ensino para crianças e adolescentes. O próprio Ipea admite que esse é o caminho a seguir e tem o reforço de estudos como o realizado pelo Centro de Microeconomia Aplicada da Fundação Getulio Vargas, que analisou a importância dos primeiros anos de escola.
Segundo o Centro, o Brasil descuidado com a educação na pré-escola faz com que sejam subtraídos de muitas crianças mais de três anos de escolaridade. O estudo comprova que crianças em atividade pré-escolar a partir dos três anos terão, mais adiante, maior desenvoltura para aprender e são as menos vulneráveis à repetência e à evasão. Junte-se a esse estudo outras conclusões sobre o descaso também com os ensinos Fundamental e Médio e chegaremos ao consenso. A educação pode de fato precisar, em muitas áreas, de mais investimentos, mas necessita ao mesmo tempo de melhorias de gestão, para se dedicar a prioridades inadiáveis. E a prioridade número 1 agora, depois de anos de dedicação ao Ensino Superior, deve ser a educação básica.
Um dado do Banco Mundial denuncia nosso atraso: em países desenvolvidos, com modelos de ensino consolidados, as despesas com um estudante universitário é duas vezes superior às destinadas a um aluno do ciclo fundamental. No Brasil, a relação cresce para seis por um. Essa é a desigualdade a ser corrigida. Nos últimos anos, o país ampliou, com programas públicos, o acesso ao ensino universitário, enquanto a educação fundamental e média não acompanha o mesmo ritmo. Calcula-se que dois em cada 10 jovens de 15 a 17 anos estão fora da escola. É preciso melhorar as formas de acesso, atualizar currículos, conter evasões e valorizar o magistério, sempre com o foco no estudante e sem as dispersões provocadas por debates corporativos. O Plano Nacional de Educação, em debate no Congresso, com metas ambiciosas para até 2020, acena com a correção de rumos, mas somente será efetivo se não se transformar em apenas mais um documento de intenções.
Fonte: Zero Hora

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Secretária vê avanços, mas destaca necessidade de expansão da educação integral

Ao abrir reunião técnica sobre os programas Mais Educação e Ensino Médio Inovador, nesta terça-feira, 13, em Brasília, a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, disse que a educação integral caminhou centenas de quilômetros desde 2007, quando foi instituída, mas que há muito espaço para crescer. Hoje, segundo a secretária, a educação integral é oferecida em cerca de 15 mil escolas do ensino fundamental, que atendem 3,2 milhões de estudantes.
Maria do Pilar ressalta que a expansão dessa modalidade de ensino, com qualidade, precisa envolver estados, prefeituras, secretarias de educação, ministérios, universidades e a sociedade. Ela salientou que o investimento do MEC na educação integral alcançou R$ 1 bilhão este ano e que os recursos devem ser ampliados em 2012.
Uma reunião de trabalho trouxe à Brasília cerca de 350 coordenadores estaduais e regionais dos programas Mais Educação e Ensino Médio Inovador. Durante três dias, diretores, técnicos do MEC e coordenadores vão discutir os desafios da educação integral, a expansão em escolas na área urbana, o ingresso de escolas do campo no programa e o currículo, além da apresentação de experiências desenvolvidas em vários estados.
Expansão da educação integral [2011-2012]
Unidades20112012
Escolas urbanas14.90025.000
Estudantes3.200.0004.500.000
Municípios1.5003.500
Escolas no campo(previsão) 5.000
De acordo com a diretora de currículos e educação integral da Secretaria de Educação Básica (SEB), Jaqueline Moll, entre as questões importantes do debate estão como preparar crianças e jovens para viver como cidadãos plenos de direitos, não apenas para o mercado de trabalho, a competitividade e o uso de novas tecnologias. “Nosso desafio não é simples”, disse ela aos coordenadores.
Jaqueline também destacou a importância da integração das políticas públicas na melhoria da educação. Para ela, a educação integral precisa estar em conexão com programas como Escola Aberta, Saúde na Escola, e Bolsa-Família. “Nossa pauta diz que os agentes desses programas e dos territórios devem conversar cada vez mais para a ampliação do programa ser alcançada com qualidade”, afirmou. Jaqueline lembrou ainda que a presidenta da República, Dilma Rousseff, pretende levar a educação integral a 60 mil escolas públicas, urbanas e rurais, até 2014.
Grupos de trabalho também reúnem coordenadores do programa Ensino Médio Inovador para discutir currículo escolar, educação integral e expansão. No próximo ano, segundo Jaqueline Moll, o ensino médio inovador deve chegar a 2 mil escolas das 27 unidades da Federação.
Proposto pelo Ministério da Educação em 2009, o ensino médio inovador é um projeto de apoio técnico e financeiro oferecido a estados dispostos a melhorar a qualidade do ensino de nível médio. Entre as inovações estão o aumento da carga horária, nos três anos do ensino médio, das 2,4 mil horas atuais para 3 mil; a leitura como elemento central e básico de todas as disciplinas; o estudo da teoria aplicada à prática; o fomento das atividades culturais e professores com dedicação exclusiva.
Conheça o programa Ensino Médio Inovador
Conheça o programa Mais Educação
(MEC)

Fonte: Portal Aprendiz

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Criança que faz pré-escola aprende melhor, diz estudo

Estudantes evoluem até três anos a mais de escolaridade



A criança que faz pré-escola aprende melhor matemática e português e tem menor atraso escolar. Esse é um dos resultados que constam do estudo Impactos da Pré-Escola no Brasil, conduzido por André Portela Souza, coordenador do Centro de Microeconomia Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV).

No estudo, que teve como base dados da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), aplicados em 2005, Portela faz a estimativa de que a criança que é colocada na pré-escola apresenta, em média, redução no atraso escolar de 1,2 ano e aumento na proficiência de matemática de 0,47 desvio padrão, o que corresponderia, segundo ele, a três anos a mais de escolaridade.

- É como se fosse quase cerca de um ano a mais de escolaridade no aprendizado: a criança que faz (a pré-escola) tem um ano a mais em termos de conteúdo quando chega à 4ª série - disse Portela, durante apresentação de seu trabalho nesta terça-feira, em São Paulo.


Segundo ele, em 2005, havia cerca de 10 milhões de crianças de 4 a 6 anos de idade no Brasil. Dessas, 7,1 milhões frequentavam a pré-escola, o que corresponde a 72% do total. Nesse mesmo ano, o país destinava 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação. No entanto, a maior parte dos gastos era destinada para a educação superior. De acordo com ele, em 2005, o país destinava 120% de sua renda per capita para cada aluno do ensino superior e apenas 10% de sua renda per capita para cada aluno de pré-escola.

- Investimentos educacionais na infância têm impactos duradouros - diz o pesquisador.
Um resumo do estudo sobre o impacto da pré-escola no Brasil pode ser lido no livro Aprendizagem Infantil – Uma Abordagem da Neurociência, Economia e Psicologia Cognitiva, coordenado por Aloísio Araújo e lançado pela Academia Brasileira de Ciências. Na apresentação da obra, Araújo postula que, “para corrigir as desigualdades educacionais e permitir um maior desenvolvimento econômico através da incorporação de um número maior de adolescentes em faixas mais elevadas de educação, é preciso fazer intervenções na fase mais precoce da criança”.

Uma série de estudos internacionais e nacionais desenvolvidos na área da educação foram apresentados na manhã de nesta terça-feira, na FGV, durante o workshop Impactos da Educação Infantil: O Que Nos Diz a Evidência Empírica. Em todos os estudos apresentados, a conclusão é pela importância de se investir na educação infantil.


Leia mais sobre esse assunto em OGlobo

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Escolas poderão ficar fechadas durante a Copa

Brasília (AE) - As escolas públicas e particulares de todo o Brasil deverão ficar fechadas durante a Copa do Mundo de 2014. A proposta de dar férias escolares no período do evento foi acatada pelo relator do projeto da Lei Geral da Copa, Vicente Cândido (PT-SP), e será votada amanhã à tarde pela comissão da Câmara que discute o tema. A medida visa melhorar o trânsito nas cidades-sede nos dias de jogo, preocupação da Fifa devido ao ritmo lento das obras de mobilidade urbana. Para minimizar possíveis problemas, o governo já tinha proposto decretar feriado em dias de jogos.
A ideia de fechar as escolas do País durante os jogos foi apresentada pelo deputado Cleber Verde (PRB-MA) na forma de projeto de lei. O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, já tinha manifestado simpatia pela proposta quando esteve no mês passado em audiência na Câmara e, agora, Vicente Cândido decidiu aderir à tese. "Vou incorporar a ideia desse projeto. Com as férias escolares você ajudaria o trânsito e liberaria os estudantes para ver os jogos", disse ele à reportagem.
De acordo com Cândido, a determinação das férias dos estudantes coincidirem com o evento de 2014 constará da nova versão de seu relatório, que será apresentada amanhã. Se aprovada, a medida valeria para as escolas de todo o País. "A molecada de outras cidades também quer ver os jogos", justifica o petista.
A Fifa prevê a abertura do evento no dia 12 de junho e a final no dia 13 de julho. O projeto, porém, não trará datas. "É pouco provável, mas a Fifa pode alterar as datas da Copa. Então vamos colocar que as férias escolares deverão compreender o período do evento".
A preocupação com o acesso aos estádios nos dias de jogo tem sido uma constante na discussão do projeto. O governo federal já tinha colocado no texto inicial da Lei Geral da Copa a previsão de que as cidades-sede poderiam decretar feriado. Segundo a ministra Miriam Belchior (Planejamento), esta ideia visava reduzir eventuais problemas de mobilidade urbana. Ao incluir a proposta das férias escolares, o Congresso dá mais um passo para tentar resolver o problema mesmo se as obras de mobilidade urbana prometidas não saírem a tempo.

Venda de bebidas


O relator pretende insistir na proposta de permitir o comércio de bebidas alcoólicas durante os jogos de futebol. Ele adiantou que fará algumas alterações determinando regras para a venda, como a de que a bebida seja servida em copo de papelão. Cândido manterá, porém, a ideia de que a permissão vá além da Copa do Mundo e valha também para os jogos de campeonatos nacionais e regionais.
A permissão da venda em todos os jogos tem gerado questionamentos na comissão. Na semana passada alguns deputados manifestaram o desejo de que a concessão fosse feita apenas para a Copa do Mundo, atendendo assim ao anseio da Fifa, que tem uma cervejaria como patrocinadora. O relator, porém, promete insistir na tese de uma regra única e disputar no voto.
A comissão deve votar o projeto amanhã à tarde e a expectativa do governo é conseguir um acordo para levá-lo a apreciação do plenário da Casa ainda nesta semana. A proposta suspende o direito a meia-entrada durante a Copa criando uma categoria extra para a venda de bilhetes a preço mais baixo para idosos, estudantes, indígenas e beneficiários de programas de transferência de renda como o Bolsa Família.
Dá ainda um prêmio aos jogadores campeões das copas de 1958, 1962 e 1970, além de usar diversos mecanismos legais para garantir a Fifa o direito sobre as marcas do evento.
Fonte: UOL Notícias

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Professores avaliam uso de games em aulas

Games ambientados no Oriente Médio para ensinar geografia e história ou um jogo onde você controla a construção de uma cidade para entender o conceito de desenvolvimento sustentável.
Esses são alguns dos exemplos de jogos citados no Games for Change (G4C), que acabou ontem em São Paulo.

Thomas Rodrigues, 26, professor concursado da prefeitura de Itu, era um dos interessados na oficina "Brincriação -a imaginação dos jovens e o poder criativo dos games", que aconteceu ontem no MIS (Museu da Imagem e do Som), na zona oeste."O G4C defende que jogos eletrônicos podem ser fortes ferramentas de educação e conscientização social", afirma Gilson Schwartz, coordenador do G4C Brasil.
Rodrigues gosta de dar aulas de inglês com ajuda dos videogames. "Não tem ferramenta mais eficaz. Uso jogos de dança e de aventura, onde digo em inglês o que quero que as crianças façam. Elas aprendem muito rápido".
Lucia Santaella, pesquisadora e professora doutora da PUC-SP, disse no evento que "a escola precisa acordar e utilizar a lógica dos games nas aulas. Eles têm tudo o que é necessário para os estudantes se engajarem".
Apaixonados por games, programadores e interessados por tecnologia se reuniram com pesquisadores acadêmicos e gestores públicos nos quatro dias de evento na USP, no Mackenzie e no MIS.
"Esse foi apenas o primeiro G4C no Brasil. Esperamos que o evento ajude a firmar a ideia de games como instrumento de ensino no Brasil", afirma Schwartz.

Fonte: Folha.com

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Reflexão Autonomia

Dois idiomas, uma criança

Estudos apontam que alunos bilíngues apresentam ganhos cognitivos, mas o diálogo entre as línguas ainda é delicado na alfabetização

Um aluno do 2º ano do ensino fundamental aparece no corredor da escola e desperta a atenção da coordenadora geral de inglês, que o interpela: "Shouldn't you be in class?" (você não deveria estar na aula?) - "I'm gonna play now!" (agora eu vou brincar!), responde ele, indo para o recreio. Em seguida, uma menina ainda mais nova passa pela coordenadora, que pergunta: "Hello, what did you learn in class today?" (olá, o que você aprendeu na aula hoje?), ao que ouve como resposta: "fossils!" (fósseis). Apesar de não demonstrar sotaque ou qualquer dificuldade para entender e se expressar em inglês, essas crianças são brasileiras, mas educadas desde cedo em uma escola bilíngue.

A cena, presenciada pela reportagem na escola bilíngue Stance Dual, em São Paulo, vem ao encontro de um estudo das instituições Concordia University, York University e Université de Provence, publicado em janeiro no periódico acadêmico Journal of Experimental Child Psychology. Segundo a pesquisa, crianças bilíngues não apenas não confundem os dois idiomas que aprenderam, como tendem a se focar mais em tarefas e a desenvolver uma atenção melhor do que seus pares monolíngues. 

O resultado, obtido a partir da observação de um grupo de 63 crianças de dois anos de idade, pode ser explicado, segundo Diane Poulin-Dubois, pesquisadora que coordenou a experiência, pelo fato de as crianças bilíngues estarem acostumadas a prestar atenção na diferença entre as duas línguas que conhecem, tanto para ouvir quanto para se expressar.

A educação bilíngue também tem sido objeto de outros estudos no campo da educação, tendo como foco não apenas as capacidades que ajuda a desenvolver, mas os âmbitos em que a própria linguagem atua, em especial no contexto escolar formal. "Existe a linguagem social e a acadêmica. A criança que faz um curso de inglês vai aprender a se comunicar socialmente, mas não terá os conteúdos epistemológicos exigidos por uma escola internacional", conjectura Daniella Leonardi, coordenadora de educação infantil e de inglês da escola bilíngue Play Pen, de São Paulo. 

Nesse sentido, a psicóloga Elizabete Flory, doutora em bilinguismo pelo Instituto de Psicologia da USP, fez um levantamento de pesquisas no mundo todo sobre educação bilíngue e constatou que esses alunos apresentam vantagens cognitivas. "A primeira é uma certa antecipação da consciência metalinguística - eles se dão conta de que o objeto tem palavras diferentes para representá-lo e diferenciam com qual língua falar com cada pessoa", explica. Outro benefício é uma possível antecipação de pensamento cognitivo em cálculos. "Isso está ligado ao desenvolvimento da lógica, pois as crianças bilíngues aceleram essa forma de pensar", afirma. Elizabete aponta, no entanto, que não é sempre que o bilinguismo é acompanhado de vantagens cognitivas. "Não dá para falar que ele aumenta a inteligência. Mas crescer falando duas línguas pode ter influências positivas em alguns aspectos da inteligência", frisa. 

Alfabetização 
Mas se as pesquisas hoje sobre educação bilíngue derrubaram o mito de que ensinar dois idiomas confunde as crianças, há um momento em que o diálogo entre as línguas é mais delicado: na alfabetização, período em que a criança passa pelo processo de aprendizagem dos processos de codificação e decodificação da língua escrita. Quando a criança ingressa no ensino bilíngue, a escola deve tomar alguns cuidados como escolher em qual dos dois idiomas vai introduzir a leitura e a escrita - ou se vai alfabetizar nas duas línguas ao mesmo tempo. Elizabete explica que há três tipos de alfabetização: a sequencial materna-segunda língua, a sequencial na segunda língua seguida da materna, e a simultânea, na qual ambos os idiomas são ensinados. Para ela, ainda que a opção pela alfabetização sequencial seja mais confortável, a criança que fala duas línguas já está fazendo hipóteses de como vai fazer isso na segunda língua.  

Selma Moura, doutoranda em linguística aplicada pela Unicamp e mestre em educação pela USP, é adepta da ideia de que a criança faz a transferência da alfabetização em uma língua para a outra, mas crê que este é um processo bilíngue, e não simultâneo. "Não são duas alfabetizações, é uma só. Quando a criança entende o código da língua, só vai fazer uma mudança, uma transposição de som", observa. Elisabete ressalta que a transferência de conhecimentos entre línguas a partir de apenas um processo de alfabetização depende do segundo idioma. "Quanto mais próximas as línguas, mais existe a transferência do aprendizado. Se for português e japonês, ou russo, ou árabe, a criança vai ter de construir também um outro sistema", afirma Elizabete.

No Brasil, o mais comum tem sido a alfabetização no idioma materno, seguida de um processo natural de aquisição da segunda língua, sem a repetição do processo. "A alfabetização tem de acontecer na primeira língua, porque assim a criança levanta hipóteses sobre a escrita a partir do seu maior repertório, do seu contexto", afirma Gabriela Argolo, coordenadora pedagógica da Play Pen. Para ela, o aluno que se alfabetiza uma vez só, em português, transfere as descobertas que fez no código dessa língua matriz para outra que aprenda depois. Na Escola Suíço-Brasileira, em São Paulo, a alfabetização começa pela língua materna, mas como existem alunos de 24 nacionalidades na instituição (60% brasileiros e 20% suíços), cada um é alfabetizado na sua língua materna, e não necessariamente no português. No 1º ano, portanto, a criança é alfabetizada em sua língua materna, no 2º ano no alemão (ou no português, dependendo de sua nacionalidade), no 6º ano é introduzido o inglês, no 8º ano o francês e, no primeiro do ensino médio, o espanhol (a única língua optativa). "Todas as línguas são trabalhadas como ferramentas, e não como línguas estrangeiras", esclarece Bernhard Beutler, diretor da escola.

Na prática 
"A criança é bilíngue, mas a aula não é bilíngue", diferencia Andrea, coordenadora da Stance Dual. Lá, como na maior parte das escolas bilíngues, ou a aula é em inglês, ou em português. Apesar de a maior parte dos professores - e alguns funcionários - falar as duas línguas, são reconhecidos pela escola como referência em uma delas. Desta forma, se falar em português com um professor com referência em inglês, ainda que o educador fale português, ele irá responder apenas em inglês. A escola utiliza o currículo nacional e distribui os conteúdos para professores com referência em inglês e português. Os alunos têm, por exemplo, aula de matemática e de "math" - o conteúdo não se repete, apenas é ensinado ora em português, por um professor, ora em inglês por outro docente. A partir disso, a escola desenvolve projetos disciplinares integrados com as duas línguas. A carga horária começa com imersão no inglês para crianças a partir de dois anos, quatro horas por dia. A partir do ensino fundamental, as aulas vão das 7h30 às 15h30 e o português entra na grade curricular.

A estratégia de imersão na segunda língua na educação infantil, para depois fazer a alfabetização na língua materna no fundamental é recorrente nas escolas bilíngues, apesar de a idade de admissão variar dependendo da instituição - geralmente de um a três anos. Depois, a carga de inglês diminui e a de português aumenta progressivamente. 

O currículo, porém, não é apenas baseado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), mas também em conteúdos internacionais. A vantagem de adotar currículos de fora do país é justamente a de aumentar as chances de que os alunos saiam da escola e ingressem em instituições estrangeiras sem desvantagem de conteúdo. "Não adianta ter duas escolas, uma que segue os international standards e outra que segue os PCNs. Deve-se construir um currículo integrado. Na nossa matemática, no 4º ano do currículo brasileiro, as crianças têm frações. Depois que aprenderam o conceito de fração, vão transferir para o vocabulário do inglês. Aí, vão estudar outros conteúdos, como não exigidos pelo currículo nacional", exemplifica Daniella Leonardi, da Play Pen. 

Cuidados 
É preciso observar alguns aspectos na hora de trabalhar dois idiomas na escola. O primeiro passo para matricular uma criança numa escola bilíngue deve ser a escolha de uma instituição com valores e filosofia com os quais os pais se identifiquem, recomenda Elizabete. Em seguida, é preciso checar a proficiência dos professores no idioma e o número de horas que a criança ficará exposta a outra língua. Um terceiro ponto é observar se o aluno está, depois de algum tempo, adquirindo proficiência em pelo menos um dos idiomas. Introduzir a segunda língua com naturalidade e sem pressão é o que Selma Moura, da Unicamp, recomenda. Para ela, é preciso observar o interesse da criança e seu nível de desenvolvimento no idioma. "É uma postura responsável por parte da escola alfabetizar em uma língua (geralmente o português), mas acho problemático tolher a curiosidade da criança. Se ela perguntar como se escreve algo antes do tempo, ou na outra língua, o professor deve dar a informação", diz.

A escola bilíngue Maple Bear segue o preceito de trabalhar dois idiomas respeitando o tempo de aprendizado das crianças. Para isso, aplica o conceito canadense de "instrução diferenciada", que traz flexibilidade do aprendizado. "Podem ser grupos flexíveis que progridem no seu próprio ritmo e com apoio focado do corpo docente, ou a realização, em torno de um tema, de atividades diferentes para cada aluno, respeitando seu estilo de aprender", explica Jim Leary, diretor pedagógico para a América do Sul. 

Outra questão é a época de começar. Ana Paula Mariutti, presidente da Organização das Escolas Bilíngues de São Paulo, diz que não existe uma idade certa, mas sim uma idade em que a língua é tratada com mais naturalidade. "Muitos pais pensam que colocar o filho em uma escola bilíngue cedo não adianta porque ele não entende nada. Mas só aprendemos a língua quando somos expostos a ela", diz.

Internacionais ou bilíngues?
Apesar de as escolas internacionais se considerarem bilíngues e de as bilíngues muitas vezes oferecerem a oportunidade de obter um diploma internacional, tradicionalmente, uma escola internacional é aquela que está habilitada para ensinar o currículo de um outro país (o que permite que os estudantes egressos sejam aceitos por universidades estrangeiras com mais facilidade), enquanto uma escola bilíngue é aquela que usa no mínimo dois idiomas para ministrar as disciplinas tradicionais e o currículo nacional (embora muitas vezes ele seja complementado com o internacional). Se antes o público dessas escolas era praticamente todo estrangeiro, hoje é, em sua maioria, composta de brasileiros interessados em uma formação mais ampla. No Brasil, ainda existem outros três subtipos de escolas bilíngues: as interculturais indígenas, escolas para surdos e as de fronteira, que recebem docentes de países vizinhos que ministram aulas de espanhol. 


Adoção gradativa
Há escolas monolíngues no Brasil que estão investindo na implantação do ensino bilíngue. O Colégio Dom Bosco, que integra o Sistema de Ensino Dom Bosco, é uma delas. Até 2016, a instituição oferecerá a opção de ensino bilíngue para as famílias. A ideia é acostumar os alunos a um segundo idioma usado no dia a dia escolar. Primeiro vão acostumar os professores (que dão aula em português) a utilizar sempre dicionários em sala de aula para trabalhar com os estudantes palavras do conteúdo em inglês. Depois, os alunos refarão provas dos anos anteriores, mas traduzidas para o inglês. Assim, gradativamente, estratégias de implantação do inglês serão introduzidas, com provas a cada seis meses para garantir que os alunos estão adquirindo vocabulário na segunda língua. O sistema recomenda às escolas que seja criado o período integral, um em português de acordo com os PCNs, outro em inglês, com os padrões internacionais. Outra experiência está sendo feita pela Systemic Bilingual, um conjunto de método, formação e material criados pelas irmãs alagoanas Fátima e Vanessa Tenório e presente em 45 escolas brasileiras, da educação infantil ao 7º ano do ensino fundamental. Um dos princípios é aumentar o custo do ensino o mínimo possível, para não haver muita diferença na mensalidade. Por isso, a Systemic trabalha com a proposta de um professor de inglês dar aulas em inglês sobre todas as disciplinas, complementando e trabalhando paralelamente com os professores especialistas. A Systemic não alfabetiza em inglês - apenas aproveita a alfabetização em português para introduzir o segundo idioma. 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Colégio de Canoas adota sistema biométrico de identificação para alunos

Além de barrar acesso de estranhos, mecanismo comunicará pais de faltas e atrasos dos estudantes


A partir desta quinta-feira, estudantes de um colégio particular de Canoas, na Região Metropolitana, vão usar o dedo para entrar na escola.

A implantação de um sistema biométrico de identificação, que libera catracas de acesso ao reconhecer a impressão digital, ilustra o avanço da tecnologia de segurança nos colégios privados e a preocupação de pais e diretores com o fantasma da violência.

O Colégio Espírito Santo, localizado no bairro Nossa Senhora das Graças, vai colocar em teste o sistema composto por quatro catracas com leitores ópticos conectadas.

Quando um dos mais de mil alunos repousar o polegar sobre o leitor, o mecanismo vai varrer um banco de dados informatizado para conferir se uma marca idêntica está cadastrada. Só então a catraca é liberada.

Conforme a diretora, irmã Maria Sônia Müller, a medida atende a um anseio dos pais por maior segurança e controle de acesso. A tecnologia deverá servir ainda para propósitos pedagógicos. Quando um aluno acumular atrasos ou faltas, verificados pelo porteiro digital, automaticamente será disparado um e-mail para os pais.

Fonte: Zero Hora

MEC premia três professores no Rio Grande do Sul

Em Brasília, educadores gaúchos receberão R$ 5 mil, além de troféus e certificados

Três gaúchos estão entre os vencedores do 5º Prêmio Professores do Brasil, iniciativa do Ministério da Educação (MEC) que selecionou 40 experiências pedagógicas desenvolvidas em escolas públicas em todas as etapas da educação básica, para enfrentar situações-problema.

Alessandra Klein, de Horizontina, no noroeste do Estado, foi vencedora na categoria Educação Infantil. Os outros dois trabalhos são da região Sul: Patrícia Zaneti, de Canguçu, na categoria Séries/Anos Finais do Ensino Fundamental, e Ivan Gonçalves, de Arroio Grande, premiado na categoria Ensino Médio.

Na próxima quarta-feira, em Brasília, os autores dos trabalhos receberão R$ 5 mil, além de troféus e certificados, e as escolas onde atuam receberão equipamentos audiovisuais ou multimídia, no valor de R$ 2 mil.

Fonte: Zero Hora