É nas escolas que os acertos e erros da educação familiar mais se evidenciam, pois as crianças e adolescentes passam a conviver com desconhecidos e a se submeter a regras coletivas. Amy Chua exigiu das filhas aplicação total aos estudos, notas 10 como as únicas aceitáveis e nenhuma margem para festas e visitas às amigas. Fez mais: obrigou-as, ainda meninas, a aprender a tocar um instrumento musical de certa complexidade (piano ou violino). Num dos episódios relatados no livro, a filha caçula, então com sete anos, não conseguia tocar uma peça ao piano, depois de ter ensaiado com a mãe por uma semana, e quis desistir. A mãe acusou-a de preguiçosa, ameaçou deixá-la sem almoço e sem festa de aniversário e inclusive de doar suas bonecas favoritas, até que a menina executou a tarefa. O que para muitos parece uma tortura, para a mãe foi apenas uma forma de mostrar que esforço e persistência dão resultado.
Muitos leitores do livro estão protestando, horrorizados com os métodos empregados pela mãe para impor disciplina às filhas. Outros, porém, elogiam sua determinação e dizem que gostariam de ter tido pais assim. As meninas, atualmente com 18 e 15 anos, são bem-sucedidas nos estudos e defendem os procedimentos da mãe. Especialistas, porém, acham que a cobrança demasiada não ajuda na boa educação, mas reconhecem que a imposição de limites é essencial.
O grande mérito do livro da mãe-tigre é colocar em pauta um tema que pais e educadores nem sempre enfrentam com coragem e seriedade. Quanto a seguir sua orientação, ou contrariá-la, cabe a cada família, pois a educação das crianças é direito e dever dos pais. Porém, não pode haver dúvida de que o propósito a ser alcançado é a felicidade dos jovens. E o melhor caminho para se atingir este objetivo pode ser resumido em dois princípios que não são contraditórios: amar de verdade e fixar limites. É responsabilidade intransferível dos pais a fixação de limites para o comportamento dos filhos, mas também esta ação tem os seus próprios limites. Educação não é repressão, mas também não é permissão para tudo. O ponto de equilíbrio é que tem o poder de transformar crianças em adultos felizes e solidários.
Fonte: Blog do Editor
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